fonte: G1

Conforme noticiou o portal de notícias G1 de Rio Preto, o Hospital de Base de São José do Rio Preto (SP) é referência na área de residência, tanto que vários alunos chegam de outros lugares do Brasil para aprenderem no hospital. Para os recém-formados, a residência funciona como um período de treinamento. Mas o problema é que são muitos médicos e poucas vagas.

A equipe de residentes acompanha o médico especialista e discute detalhes do estado de saúde de cada paciente. A médica Priscila Takahashi veio do Mato Grosso do Sul, porque na cidade dela não existe residência na área de geriatria. “Busquei referência com outros profissionais dos melhores locais e o HB era um deles. O contato com o paciente a gente põe em prática o que a gente aprendeu na faculdade”, diz Priscila.

O HB em Rio Preto é considerado um dos mais importantes hospitais universitários do estado de São Paulo. Atualmente, o hospital emprega cerca de 400 residentes, que atuam em mais de 60 especialidades.

A residência é o período de especialização do médico. Depois que ele conclui os seis anos de faculdade, já pode atuar como clínico geral, mas se preferir atuar numa área específica tem que estudar por pelo menos mais três anos. “Para ingresso na residente médica é preciso um concurso de seleção pública, onde neste ano 1.500 candidatos buscaram a vaga e tivemos um acréscimo de 50% na procura em relação ao ano anterior”, afirma Emerson Quintino, médico coordenador dos residentes.

Hoje, a área mais disputada entre os novos médicos é a radiologia. Os residentes aprendem a fazer o laudo dos exames. A residente Paula Nardossi não teve dúvidas na hora de escolher. “Acho que é uma área interessante porque engloba toda a medicina, acaba sendo mais difícil porque é preciso ver tudo de todas as formas”, diz a residente.

Um dos principais fatores que atraem recém-formados para Rio Preto é a possibilidade de se especializar nas mais diversas áreas da medicina. A pediatria, por exemplo, é uma especialidade que vinha registrando baixa procura de residentes na região, depois que o Hospital da Criança foi inaugurado na cidade, a realidade começou a mudar.
Por ser um centro de referência, o local tem atraído médicos novos que querem seguir carreira cuidando de crianças. O residente na área de pediatria Mateus Mendonça Vargas atendeu um paciente pela primeira vez. E o paciente é bem pequenininho, o Miguel tem só cinco dias de vida. “É um desafio, outro grau de responsabilidade por já ser médico, mesmo com a supervisão, a gente se sente mais importante”, diz Mateus.
Mas nem todos os recém-formados tem a mesma sorte que Mateus. Hoje, no Brasil, por ano se formam cerca de 10 mil médicos. E a oferta de vagas de residência não chega nem a sete mil. Ou seja, três mil profissionais ficam sem a especialização e isso é preocupante, na opinião de Dulcimar de Souza, o diretor da Famerp, a Faculdade de Medicina de Rio Preto. “É uma dificuldade grande e isso vai canalizar lá na residência médica e pode comprometer a formação dos futuros médicos”, afirma.
A radiologista Luciana Vargas é um exemplo de como a residência é um período importantíssimo na carreira de um médico. Ela se formou em Rio Preto, fez residência no HB e hoje com mais de 20 anos de experiência, auxilia quem acabou de sair da faculdade. “A gente passa a experiência que a gente sabe para o residente e a maior gratificação é ver os meninos bem no mercado”, afirma Luciana.
A Famerp de Rio Preto tem 63 programas credenciados na Comissão Nacional de Residência. São bolsas financiadas pela Secretaria Estadual da Saúde, Ministério da Saúde e pela própria Famerp. A seleção de residentes é feita uma vez por ano e o trabalho é remunerado. O próximo concurso será em dezembro e os aprovados começam a residência em março do ano que vem. O telefone para outras informações é o (17) 3201-5060.